Logística

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A Logística é a área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e informações para a execução de todas as atividades de uma empresa.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Exportações brasileiras em 2011 superam marca do ano passado

Governo comemorou o resultado e prevê crescimento de 27% nas vendas até o final do ano

O Brasil já exportou US$ 202,071 bilhões em 2011

Brasília - As exportações brasileiras chegaram ao valor de US$ 202,071 bilhões nos dez primeiros meses deste ano, o que supera o total registrado no ano passado, anunciou nesta quarta-feira o Ministério de Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior.

'Esse dado é um indicador de como o país vem conseguindo enfrentar a atual crise econômica com determinação e competência diante das oportunidades do mercado global' afirmou a secretária de Comércio Exterior da pasta, Tatiana Lacerda Prazeres.
'O esforço exportador brasileiro é real', acrescentou Tatiana, que destacou que o novo valor das exportações é um recorde. No ano passado, as exportações brasileiras somaram US$ 201,915 bilhões, o maior montante alcançado até então pelo país.
A meta do governo é chegar até ao fim do ano a US$ 257 bilhões, número 27% maior em relação ao alcançado ano passado.

Balança Comercial 2ª Semana Dezembro

Balança comercial

Balança Comercial 2ª Semana Dezembro

•    RESULTADOS GERAIS
Na 2ª semana de dezembro de 2011, a balança comercial apresentou exportações de US$ 4,273 bilhões e importações de US$ 5,003 bilhões, resultando em déficit de US$ 730 milhões. No mês, as exportações alcançaram US$ 6,058 bilhões, e as importações US$ 6,469 bilhões, com saldo negativo de US$ 411 milhões. No ano, as exportações somam US$ 239,970 bilhões, as importações, US$ 214,407 bilhões, com saldo positivo de US$ 25,563 bilhões.


•    ANÁLISE DA SEMANA
A média das exportações da 2ª semana chegou a US$ 854,6 milhões, 4,2% inferior à média de US$ 892,5 milhões da 1ª semana, em razão da retração nas exportações de produtos semimanufaturados (-5,4%, de US$ 131,3 milhões para US$ 124,2 milhões, por conta de açúcar em bruto, celulose, couros e peles e óleo de soja em bruto) e básicos (-4,2%, de US$ 375,8 milhões para US$ 331,3 milhões, em razão de petróleo, carne de frango, bovina e suína, algodão em bruto e farelo de soja), enquanto cresceram as vendas de manufaturados (+2,7%, de US$ 375,2 milhões para US$ 385,3 milhões, em razão, principalmente, de aviões, automóveis de passageiros, óleos combustíveis, óxidos e hidróxidos de alumínio, polímeros plásticos, laminados planos e veículos de carga). Do lado das importações, apontou-se crescimento de 36,6%, sobre igual período comparativo (média da 2ª semana, US$ 1,001 bilhão/média da 1ª semana, US$ 733,0 milhões), explicada, principalmente, pelo aumento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, veículos automóveis e partes, adubos e fertilizantes, siderúrgicos e plásticos e obras.


•    ANÁLISE DO MÊS
Nas exportações, comparadas a média até a 2ª semana de dezembro/2011 (US$ 865,4 milhões) com a de dezembro/2010 (US$ 909,5 milhões), houve queda de 4,8%, em razão da retração das exportações de produtos básicos (-17,9%, de US$ 418,9 milhões para US$ 344,0 milhões, por conta, principalmente, de petróleo, milho em grãos, minério de ferro e farelo de soja). Por outro lado, cresceram as vendas de semimanufaturados (+8,4%, de US$ 116,4 milhões para US$ 126,2 milhões, por conta de catodos de cobre, semimanufaturados de ferro/aço, borracha sintética, ferro fundido, couros e peles e celulose) e manufaturados (+8,1%, de US$ 353,8 milhões para US$ 382,4 milhões, em razão dos crescimentos em etanol, motores e geradores, aviões, óxidos e hidróxidos de alumínio, automóveis de passageiros e polímeros plásticos). Relativamente a novembro/2011, a média diária das exportações retrocedeu 20,5% (de US$ 1,089 bilhão para US$ 865,4 milhões), devido à diminuição nas vendas de produtos básicos (-31,6%, de US$ 502,9 milhões para US$ 344,0 milhões), semimanufaturados (-25,6%, de US$ 169,5 milhões para US$ 126,2 milhões) e manufaturados (-2,8%, de US$ 393,6 milhões para US$ 382,4 milhões).

Nas importações, a média diária até a 2ª semana de dezembro/2011, de US$ 924,1 milhões, ficou 36,5% acima da média de dezembro/2010 (US$ 677,1 milhões) e 12,8% inferior a novembro/2011 (US$ 1,060 bilhão). No comparativo com dezembro/2010, aumentaram os gastos, principalmente, com adubos e fertilizantes (+124,1%), aeronaves e peças (+122,3%), combustíveis lubrificantes (+89,4%), veículos automóveis e partes (+63,1%), borracha e obras (+32,5%) e siderúrgicos (+32,5%). Em relação a novembro/2011, houve queda, principalmente, nos seguintes produtos: aparelhos eletroeletrônicos (-28,9%), farmacêuticos (-23,9%), plásticos e obras (-15,0%), equipamentos mecânicos (-14,9%) e combustíveis e lubrificantes (-12,8%).

Fonte: http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=567

Exportações brasileiras para os países árabes crescem 22% em 2011


Câmara de Comércio Árabe-Brasileira registra aumento expressivo nas relações comerciais entre árabes e brasileiros no período de janeiro a novembro de 2011, confirmando as boas expectativas para este ano.
São Paulo – As exportações brasileiras para os países árabes totalizaram US$ 13,8 bilhões no acumulado de janeiro a novembro de 2011, o que representa um crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2010. As importações provenientes dos países árabes também registraram aumento expressivo, fechando o mesmo período com US$ 9,3 bilhões e crescimento de 44% em relação ao ano anterior.
Segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, as instabilidades registradas neste ano em alguns países árabes não estão comprometendo os resultados. “O relacionamento comercial entre Brasil e países árabes tem se mostrado aquecido durante todo o ano”, diz Michel Alaby, diretor geral da Câmara Árabe.
Do total de US$ 13,8 bilhões registrado pelas exportações brasileiras no acumulado de janeiro a novembro de 2011, a Arábia Saudita lidera como principal destino, registrando US$ 3,1 bilhões e crescimento de 14% em relação ao mesmo período de 2010. Em seguida está o Egito (US$ 2,3 bilhões e elevação de 29% em relação a 2010) e Emirados Árabes Unidos (US$ 2 bilhões e 19% de variação positiva). Na pauta dos produtos exportados, destaque para açúcar, carnes, minérios, cereais e óleos.
Das importações brasileiras dos países árabes, a Argélia lidera registrando US$ 2,9 3 bilhões e aumento de 34%, seguida da Arábia Saudita (US$ 2,8 bilhões e crescimento de 53%) e do Marrocos (US$ 1,1 bilhão e variação positiva de 81%). Destaque para o aumento das importações de petróleo e derivados, fertilizantes, sal e plásticos.
Câmara de Comércio Árabe-Brasileira-Fundada em 1952, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira tem como missão aproximar comercialmente o Brasil dos países árabes, incrementando intercâmbios culturais e turísticos entre árabes e brasileiros. A Câmara Árabe oferece diversos serviços, como Certificação de Documentos, Informações de Mercado, Traduções, entre outros, e realiza eventos, workshops e cursos. Disponibiliza, também, o Espaço do Conhecimento Comercial, um centro de referência para pesquisas das relações entre o Brasil e os países árabes.
A entidade representa 22 países árabes - Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Catar, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Ilhas Comores, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Palestina, Síria, Somália, Sudão e Tunísia – além do Brasil. | Secex.


Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=184696

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Cabotagem - Contexto Geral

Introdução / Contexto Histórico

Cabotagem é a navegação entre portos marítimos de um mesmo país, sem perder a costa de vista. A cabotagem contrapõe-se à navegação de longo curso, ou seja, aquela realizada entre portos de diferentes nações.

Existe ainda o termo "cabotagem internacional", o qual é utilizado frequentemente para designar a navegação costeira envolvendo dois ou mais países. O transporte de cabotagem foi muito utilizado na década de 1930 no transporte de carga a granel, sendo o principal modelo de transporte utilizado quando as malhas ferroviária e rodoviária apresentavam condições precárias para o transporte.

O termo é derivado do nome de família do navegador veneziano do século XVI Sebastião Caboto, que explorou a costa da América do Norte ao margeá-la, da Flórida à foz do rio São Lourenço, no atual Canadá. Na América do Sul, Caboto, ao serviço da Coroa de Espanha, adentra o rio da Prata, pelo litoral, em 1527 em busca da mítica Serra da Prata, numa expedição que prolonga até 1529, sem lograr o seu objetivo. Por causa desses feitos na navegação costeira e em sua homenagem, a estratégia de navegação costeando o litoral recebeu o nome de cabotagem.

Surgiu em 2003 no Brasil uma modalidade de transporte aquaviário destinada à movimentação de madeira na costa brasileira, cuja frota de embarcações trafega em dois portos, com carga em um sentido e vazio em outro, incluindo barcaças adicionais que permitem a operação com um pequeno tempo de parada nos portos, operando sem interrupções e movimentando expressiva demanda. Dado que a frota serve exclusivamente a uma empresa e a uma carga homogênea denominou-se esse sistema como cabotagem industrial.

No Brasil atualmente 3 empresas operam na cabotagem industrial: Aracruz Celulose, Veracel e Arcelor Mittal Tubarão, que serviram de base para delinear esta pesquisa, no que tange examinar as premissas básicas desde a elaboração um projeto até a implantação da cabotagem industrial.


Imagem 1

Ganhos Obtidos

A principal premissa deste sistema é basicamente a substituição de um transporte puramente rodoviário, por um sistema em que as pontas, embora rodoviária, são menos significativas e que não impacta ainda mais o tráfego de caminhões por rodovias estaduais e federais.

Nos casos estudados foram identificados ganhos advindos com a implementação da cabotagem industrial tais como: reduções do tráfego nas estradas, dos índices de acidentes, nos custos de transporte, nas emissões de gases poluentes, além da economia com combustível.

Objetivo

O principal objetivo deste trabalho é propor um novo conceito de transporte de carga, a cabotagem industrial com base na literatura e na experiência identificada junto às empresas que praticam a cabotagem industrial no Brasil.

Como objetivo secundário, pretende-se responder, para uma melhor compreensão da cabotagem industrial, os seguintes questionamentos:

Ø  Como se caracteriza a cabotagem industrial no Brasil e no mundo?
Ø  Quais fatores influenciam as empresas a utilizarem esta modalidade de transporte?

Fonte:
VASCONCELOS, J. Matriz de fluxos de comércio interestadual de bens e serviços no Brasil – 1998. Rio de Janeiro: IPEA, 2001 (Texto para Discussão, 783).

Multimodalidade - Cabotagem

Multimodalidade

No cenário nacional da cabotagem, a Aliança detém atualmente mais de 50% do mercado, que ao todo envolve 18 navios em atuação, sendo 10 deles da armadora, que tem como concorrentes na cabotagem, a Log In Logística Intermodal e a Norsul Navegação.

Ao perceber o potencial no segmento de cabotagem (navegação costeira), a líder no transporte de contêineres no Brasil, a Aliança Navegação e Logística, braço da alemã Hamburg Sud, ambas do grupo Oetker, anuncia novos investimentos em frota, ao crer que desta vez saiam do papel os investimentos previstos para os portos brasileiros. A empresa fechou o ano passado com um faturamento de R$ 2,2 bilhões, e projeta incremento de 11%, nos negócios deste ano. As operações brasileiras do grupo no Brasil cresceram 9% no ano passado em relação ao ano anterior, sendo 6% nas exportações e 13% nas importações.

De acordo com Julian Thomaz, diretor superintendente da Aliança e diretor da Hamburg Sud no Brasil, um dos principais responsáveis pelo crescimento do ano passado, foram os navios graneleiros, devido ao boom mundial e à alta dos fertilizantes, mas ele vê na cabotagem boas perspectivas de ampliação. "Projetamos 5% de aumento na cabotagem este ano, mas acreditamos que o cenário brasileiro tem condições de crescer na casa dos 10% os próximos anos", diz.

CONCORRÊNCIA - No cenário nacional da cabotagem, a Aliança detém atualmente mais de 50% do mercado, que ao todo envolve 18 navios em atuação, sendo 10 deles da armadora, que tem como concorrentes na cabotagem, a Log In Logística Intermodal e a Norsul Navegação.

"Não temos dúvida de que a cabotagem seja a solução mais lógica para o transporte de cargas num País com mais de 15 portos, e 80% da população vivendo a até 200 km do litoral. Por isso, defendemos melhorias permanentes na infra-estrutura portuária do Brasil, como forma de intensificar o serviço, que se destaca pela segurança, pontualidade e custo competitivo", declarou José Antônio Balau, diretor da Aliança.

A Aliança utiliza hoje me dia no Brasil uma frota de 30 navios, 12 para rotas de longo curso, direcionadas a exportação e importação, nove graneleiros e o restante na cabotagem, onde retomou desde 1998 o transporte, com dois navios, e hoje, investe além do transporte por navegação, na movimentação porta-a-porta ao coletar as mercadorias nos clientes e a distribuição a partir do porto.

Balau explica que para a atividade não há a necessidade de importação de navios e revela que existem quatro unidades em negociação para serem construídos por estaleiros brasileiros. Além disso, o executivo levanta como vantagem o valor do frete, que, para percursos além de mil quilômetros, pode ficar até 10% mais barato do que no transporte por rodovia, além de prazos de entrega equiparados.

De acordo com o executivo, hoje são movimentados cerca de 450 mil contêineres, que foram migrados do modal rodoviário para o marítimo; em 1999, o movimento era de apenas 20 mil unidades. Mas ele coloca que a consolidação do setor depende também da desburocratização dos desembarques nos portos, além do alto preço praticado nos combustíveis, já que o custo para navios nacionais é 37% maior do que para navios que operam rota internacional.

Hoje, a Aliança opera em 15 portos - entre eles, no Mercosul, o de Buenos Aires e o de Montevidéu. No sul do Brasil, Rio Grande, Paranaguá e Itajaí. Na Região Sudeste, a armadora passa por Santos e Vitória - além de Fortaleza e Recife, no Nordeste, e, no Norte, o de Manaus.

FINANCIAMENTO - Prova da aposta no setor, a principal concorrente da Aliança no Brasil, a Log-In terá financiamento de R$ 630 milhões, para a construção de cinco navios, entre eles, uma unidade já começa a ser construída pelo estaleiro EISA, do Rio de Janeiro. Para o diretor presidente da Log-In, Mauro Oliveira Dias, em entrevista ao DCI, o transporte marítimo começa a entrar em nova fase no País e, hoje, o importante é que a limitação do crescimento do transporte de contêineres de cabotagem não está mais associado à oferta, mas à demanda.

"Havendo demanda, temos condições de trazer mais capacidade. É o grande marco dos projetos de investimento da Log-In", diz. Em 2008, a Log-In prevê aumentar em 75% sua capacidade de transporte, investindo na substituição do modal rodoviário pelo marítimo.

Atualmente, segundo Dias, o Brasil tem 71% das cargas transportadas por rodovias e apenas 19% do total pelo modal aquaviário. Ao se analisar o transporte na costa brasileira, apenas 18% das cargas transacionadas na região utiliza a cabotagem, enquanto 82% das cargas são embarcadas em caminhões. Dias evita fazer projeções sobre a demanda pela navegação de cabotagem, mas lembra de que a frota das companhias brasileiras aumentou em conjunto 47,2% ao ano, em média, desde 1999. Parte do plano de incremento da empresa, que prevê até 2010 aumentar sua presença em 500% no setor de transporte, é descobrir novos mercados.
  

 Fonte: Por Assessoria de imprensa do Porto de Santos

Movimentação de Carga - transportada pelo modal cabotagem (2002)

Movimentação de Carga

Em 2002, foram movimentadas nos principais portos do país que operam na navegação de cabotagem 135 milhões de toneladas. Desse total, 78% corresponderam a granéis líquidos, principalmente combustíveis, enquanto os granéis sólidos e a carga geral tiveram participação de, respectivamente, 17,5% e 4,5%.

A Petrobras é a maior transportadora marítima de granéis líquidos do país, tanto no longo curso quanto na cabotagem, devido tanto à regulação desse mercado, que provia à estatal o monopólio do transporte de petróleo e seus derivados, quanto à sua escala de operações. As atividades de transporte de petróleo, de seus derivados e de gás natural pela Petrobras são realizadas por sua subsidiária Transpetro, e a movimentação de granéis líquidos é feita principalmente em terminais privativos, dedicados à movimentação e estocagem de combustíveis.

Os granéis sólidos movimentados na navegação de cabotagem incluem principalmente minérios, que correspondem a 83,5% do total, e grãos agrícolas, que têm participação de 12%. Outros granéis sólidos movimentados são fertilizantes e sal.

Os principais movimentadores de granéis sólidos na cabotagem são o terminal de Trombetas e o porto de Vila do Conde, ambos no Estado do Pará. O porto de Vila do Conde movimenta a bauxita proveniente do terminal de Trombetas e com destino às instalações da Alunorte, onde o produto é transformado em alumina. Em 2002, foram embarcadas 7,3 milhões de toneladas de bauxita no terminal de Trombetas e desembarcadas mais de quatro milhões em Vila do Conde.

A grande maioria da movimentação de carga geral na navegação de cabotagem acontece nos cais públicos, ao contrário dos granéis líquidos e sólidos, que muitas vezes são movimentados em terminais privativos fora da área do porto organizado. A movimentação de carga geral na navegação de cabotagem tem apresentado crescimento acelerado desde 1997, conforme mostra o Gráfico 8: em 1996, eram movimentadas apenas 1,4 milhão de toneladas, número que subiu para 6,2 milhões, incluindo contêineres, em 2002, com crescimento de 354% no período.

Em 2001, as maiores movimentações de contêineres aconteceram nos portos de Rio Grande, Manaus e Salvador, conforme mostra o Gráfico 10. Alguns portos, em 2000, tinham mais de 50% de sua movimentação de contêineres na navegação de cabotagem, como os de Maceió, Porto Velho, Sepetiba, Recife, Manaus, Cabedelo e Natal, enquanto os de Santos e do Rio de Janeiro, por outro lado, tinham apenas 2,5% e 2,7%, respectivamente.

O fluxo de contêineres na navegação de cabotagem é bastante desbalanceado. Segundo dados do Anuário Estatístico Portuário de 2001, a maior oscilação entre embarque e desembarque aconteceu na região Sul, onde 82% da movimentação de contêineres aconteceram no embarque (ver Gráfico 11). Na região Nordeste, por outro lado, o embarque correspondeu a 42,5% da movimentação de contêineres, enquanto nas regiões Norte e Sudeste os embarques e desembarques foram equilibrados.









Cabotagem Industrial no Transporte de Madeira em Toras

Cabotagem Industrial no Transporte de Madeira em Toras

A cabotagem industrial é utilizada no transporte de toras de madeira no Brasil pela Aracruz Celulose S/A, líder mundial no mercado de celulose branqueada de eucalipto, empregada na fabricação de diversos tipos de papéis. Este sistema de transporte foi implementado de forma inédita no país pela empresa em 2003, e é o responsável pelo transporte de toras de eucalipto do centro produtor em Ponta da Areia em Caravelas (BA), até o centro consumidor em Barra do Riacho (ES), numa rota marítima de aproximadamente 275 km, percorridos em cerca de 12 horas de viagem pelo conjunto empurrador - barcaça, conforme ilustra a Figura 1.



Em 2007, a cabotagem industrial foi responsável por mais de 1,6 milhões de toneladas transportadas, como mostra a Tabela 1.
Tabela 1: Total Movimentando Anualmente no Transporte de Cabotagem Industrial


Fonte: Aracruz Celulose (2008)
A operação do conjunto é de responsabilidade da Companhia de Navegação Norsul, que utiliza quatro embarcações de tipo navios-barcaça, com capacidade unitária de transporte de 5 mil toneladas de madeira, com 114 m de comprimento, 23 m de largura e 4 m de calado; e, dois empurradores de 33 m de comprimento, movimentando-se a uma velocidade de 22,5 km/h,(Figura 3 e Figura 4).

Do ponto de vista econômico, a vantagem da operação está no melhor aproveitamento do empurrador, já que este passa a maior parte do tempo em operação de transporte, seja
“empurrando” as barcaças carregadas para Barra do Riacho, ou, então, “empurrando” barcaças vazias para Caravelas.



Figura 3: Transporte de Toras de Madeira
Fonte: Aracruz Celulose (2008)



Figura 4: Barcaça e Empurrador
Fonte: Aracruz Celulose (2008)

O investimento total foi da ordem de US$ 51 milhões, que contempla a construção dos terminais marítimos, os equipamentos de carga e descarga, as barcaças e os empurradores (ANDRADE, 2003). Desse total, cerca de US$ 32 milhões foram investidos pela Norsul oriundos de recursos próprios ou financiados pelo Fundo de Marinha Mercante, para a construção das embarcações (empurrador e barcaça), enquanto os 19 milhões restantes foram investidos pela Aracruz Celulose na construção dos terminais marítimos e na aquisição dos equipamentos de carga e descarga.

As principais vantagens para a empresa estão na redução do número de viagens rodoviárias e, consequentemente, as reduções no consumo de combustível, permitindo à Aracruz, ganhos na venda do crédito de carbono. Somado a isto, o sistema traz ganhos para a sociedade ao se reduzir o volume de tráfego na BR-101 e o número de acidentes na estrada.